REQUIÃO FILHO DENUNCIA: VALADARES – A ILHA ESQUECIDA PELO GOVERNO DO PARANÁ

Uma ponte de 400 metros separa a comunidade da Ilha dos Valadares, no litoral paranaense, da cidade de Paranaguá. São cerca de 22 mil pessoas que vivem em situações precárias, pela falta de infraestrutura nos serviços públicos, principalmente nas áreas de educação, lazer, saúde, saneamento e mobilidade. A ilha, com quatro quilômetros de extensão, é cercada de muitos problemas.

Tiago Ferreira, 17 anos, estudante do Colégio Estadual Cidália Rebello Gomes, engrossa o coro daqueles que sentem a total ausência do governo do Estado na vida da comunidade. Não bastassem as péssimas instalações das salas de aula e banheiros, nas atividades de educação física os alunos são expostos a um sol causticante que, em frente residência, o Complexo Esportivo Marcondes Lobo, inaugurado no penúltimo ano da gestão do então governador Roberto Requião, está abandonado.

A estrutura contempla uma quadra de esportes coberta, campo de futebol de areia e uma piscina semiolímpica. A sede administrativa está fechada. Os equipamentos e materiais de consumo foram roubados. Não há sequer segurança no local. Cavalos pastam e caminham sob a cobertura da quadra para fugir do calor. Um canal de esgoto corta o terreno para desaguar na praia. O único acesso dos pescadores até o trapiche onde ancoram seus barcos está fechado.

O governo Requião tentou negociar a compra de um terreno ao lado para construir uma sub sede do colégio Cidália Rebello, a fim de que os alunos, assim como toda a comunidade, pudesse fazer uso do local. Mas, segundo o estudante, quando o governador Beto Richa assumiu o primeiro mandato, o Complexo ainda funcionou por mais um tempo. Depois disso, em 2014, às vésperas das eleições, o governador Beto Richa anunciou uma reforma. A troca da cobertura da quadra, que segundo os moradores, não havia necessidade, e a pintura dos alambrados.

Porém, passadas as eleições, a empresa contratada abandonou as obras pela metade, por falta de pagamento. Aliás, o estudante Tiago Ferreira foi um dos trabalhadores demitidos pela paralisação.

Do abandono, restou o mato, o descaso e uma série de valas, onde o acúmulo da água transformou o local num criadouro do mosquito Aedes aegypti. No último verão, a epidemia da dengue obrigou a população a cortar o mato por conta própria e cobrir as valas em regime de mutirão. Tudo em vão! A cidade apresentou mais de 15 mil casos de dengue e 27 mortes. Na vizinhança, poucos escaparam da doença.

O Complexo permanece fechado. Até agora, o governador Beto Richa não respondeu aos apelos da comunidade nem aos ofícios encaminhados pela Câmara de Vereadores de Paranaguá. Enquanto isso, o verão se aproxima e uma nova tragédia da dengue já se anuncia pelas ruelas da Ilha dos Valadares.

O Deputado Requião Filho (PMDB) quer saber, por que tamanho abandono do Estado com esta comunidade e o que foi feito do dinheiro destinado para a reforma não terminada. Um pedido de informações será protocolado esta semana para que a sociedade tenha esta resposta.