REQUIÃO SE DIZ PERPLEXO COM REALIDADE DO PAÍS: “JUIZ NÃO QUERENDO JULGAR? COMO ASSIM?”
O presidente do PMDB do Paraná, senador Roberto Requião, se disse perplexo com os últimos acontecimentos da política brasileira, com senador tucano desenhando governo do PMDB, com o PT executando a pauta do PSDB e com ministro se dizendo impedido no STF por ser amigo de advogado. “Tudo isso nos causa extrema perplexidade”, disse o senador, na abertura da reunião da Executiva Estadual do PMDB-PR, em Curitiba.
Requião explicou que foi nesta segunda-feira (21), já pela manhã, que ele chegou começou a entender a situação. “Essa é a conclusão que eu e o Carlos Lessa, grande economista do país, chegamos diante dos recentes fatos”, disse Requião. “E essa perplexidade tem razões profundas e claras. ”
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O senador destacou que a grande mídia colabora muito para esse clima de perplexidade. “Vejo na mídia que o José Serra deu entrevistas dizendo que está colaborando com o PMDB para um governo de transição, de salvação nacional”, destacou.
O senador continuou a análise. “Minha gente, o PT hoje executa o programa do PSDB. A Dilma não tem feito nada mais do que executar as políticas de campanha do Aécio Neves”, disse Requião.
“E o Renan Calheiro e o Serra colocaram na pauta do Senado a tal Agenda Brasil, que nada mais é que uma política neoliberal. Que entrega a Petrobras, que impede endividamento do país, que acaba com qualquer possibilidade de políticas econômicas anticíclicas, que são o único caminho para sair da crise”.
FACHIN IMPEDIDO “É ABSURDO TOTAL”
“O ministro Fachin, que teve o apoio fechado da bancada do Paraná, se diz impedido para julgar um habeas corpus do Lula, justo ele, mas não estava impedido o Gilmar Mendes de tomar a medida na condição de militante das teses do PSDB, de amigo pessoal do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. É um absurdo total”, criticou Requião ao se referir à decisão do ministro do STF Luiz Edson Fachin que disse não poder julgar a questão.
E o senador não escondeu a indignação com o resultado da decisão do ministro Fachin. “Sai o Fachin e entra a Rosa Weber para julgar o habeas corpus do Lula e daí se transforma no samba do crioulo doido a situação. A ação é contra as atitudes do juiz Sérgio Moro que era o juiz auxiliar da rosa Weber até agora. “
DE GAULLE TINHA ALGUMA RAZÃO
“Meu deus minha gente. Eu começo a chegar à conclusão que o De Gaulle (ex-presidente da França) tinha alguma razão. ‘Le Brésil n’est pas um pays sérieux’ – O Brasil não é um país sério”. Para o senador, a situação é uma bagunça generalizada. “O PSDB quer corrigir os rumos do PT que aplica o seu programa. Juiz se diz impedido de julgar, que que estão fazendo lá então”, questiona.