NEREU MOURA QUER CAMPANHA PERMANENTE CONTRA NOMOFOBIA

A rede estadual de saúde do Paraná terá uma Campanha Permanente de Orientação, Conscientização, Prevenção e Combate à nomofobia, denominação ao desconforto ou à angústia (medo) provocados pela incapacidade de comunicação através de aparelhos celulares ou qualquer outro telemóvel. A normativa está presente no projeto de lei 703/2015, protocolado pelo deputado Nereu Moura na Assembleia Legislativa.

As tecnologias, segundo o líder do PMDB, mudaram a nossa maneira de se relacionar, contribuindo significativamente para a evolução da sociedade brasileira. “O problema está no uso exagerado, alterando a percepção de tempo e espaço, gerando ansiedade, depressão, fobia social, isolamento e até síndrome do pânico e outros transtornos”, afirma Nereu Moura.

A campanha prevista na proposta, que está em análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), constará do calendário oficial de eventos do Estado e em ações institucionais da Secretaria Estadual de Saúde. Serão envolvidos na iniciativa hospitais, ambulatórios e postos de assistência médica da rede pública, alertando sobre os riscos de infecção e doenças devido à prática deste tipo de intervenção corporal.

Panorama
O deputado destaca que países como China, Japão e Coréia do Sul reconhecem o vício em tecnologia como um problema de saúde pública. “No Brasil, o problema começa a ser percebido. No entanto, a linha que separa a conexão normal do exagero pode ser bem tênue e diagnosticamos que o caso precisa ser tratado quando há sofrimento neste distanciamento da tecnologia”, disse.

A mesma internet que aproxima pessoas, lembra Nereu Moura, se mal utilizada também distancia pessoas próximas. A dependência digital não está associada diretamente ao tempo dedicado aos dispositivos eletrônicos, mas sim a perda de controle na vida real, trazendo prejuízos nos campos pessoal, profissional, familiar, afetiva ou social.

“A pessoa passa a deixar de viver a vida real para viver a vida online. É normal tirar uma foto e postar durante um encontro com os amigos. Exagero é ficar nas redes enquanto as coisas acontecem ao redor”, diz o líder da bancada do PMDB na Assembleia Legislativa.

Virou necessidade
Nos nossos dias é quase impensável não utilizar um aparelho conectado e que nos “une” ao mundo em tempo real. Sendo assim, o que fazer, já que não há como evitar ou proibir a tecnologia?, indaga Nereu Moura. Que acredita: “O caminho é o equilíbrio”.

Em casos mais graves, o remédio aliado com a terapia limita os sintomas e o pensamento obsessivo do paciente e ajuda a encontrar um meio termo. Agora, para quem vive conectado, mas ainda não sofre do medo de se separar do celular, a dica é deixar os aparelhos eletrônicos de lado na hora dos estudos, trabalho e durante alguns momentos de lazer e desfrutar da vida real.

A nomofobia ainda é uma nomenclatura recente, mas que vem configurando um problema cada vez mais comum na sociedade moderna. O principal motivo da vulgarização desta condição pode ser a cobrança exagerada da dita “sociedade da informação”. Esta impõe que os indivíduos estejam sempre disponíveis e cientes dos mais variados assuntos, ou seja, conectados ao mundo globalizado.