DEPUTADO ADEMIR BIER DENUNCIA QUE O FRACKING É UMA AMEAÇA PARA O OESTE DO PARANÁ

O segundo secretário da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná, deputado Ademir Bier, está chamando a atenção das entidades organizadas e da população para o risco do avanço do “fracking” no Paraná e no Brasil. Essa preocupação se intensificou a partir da manifestação do Governo Federal que continua a realizar rodadas de licitações pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) para a exploração do gás de xisto, por meio de faturamento hidráulico das rochas, o fracking. “É uma questão que merece uma ampla discussão e participação da sociedade organizada do Oeste, pois 22 municípios do Paraná serão afetados, e a maioria se concentra nessa região”, enfatizou o deputado.

fracking

O impacto nos municípios lindeiros só não ocorreu ainda porque o Ministério Público Federal (MPF) em Cascavel propôs ação civil pública para que sejam suspensos os efeitos decorrentes da 12ª Rodada de Licitações realizada pela ANP, ainda em 2012 e que ofereceu a exploração de gás de folhelho (o “gás de xisto”) na Bacia do Rio Paraná. De acordo com o MPF, a ação é necessária em vista dos potenciais riscos ao meio ambiente, à saúde humana e à atividade econômica regional, além de vícios que anulariam o procedimento licitatório.

Empresas paranaenses como a COPEL e Tucuman participaram do leilão e aguardam liberação da justiça para iniciar a exploração utilizando a técnica. O deputado Ademir Bier chama atenção para os prejuízos à produção agrícola, aos recursos hídricos, à degradação do solo e à poluição atmosférica. Segundo ele, vários países já foram duramente afetados, tendo a contaminação de reservas subterrâneas de água e solo com produtos altamente tóxicos, causando terremotos, enchentes e eliminação da biodiversidade. Estudos apontam que o alcance da contaminação chega a 800 quilômetros do entorno do poço perfurado com o “fracking”.

“Não podemos permitir que acabem com o solo mais fértil do Paraná, que contaminem o lençol freático do aquífero Serra Geral e que a produção agrícola seja fortemente afetada, causando um grave impacto para a economia”, afirmou o deputado.

O “Francking”
A extração do “shale gas” ocorre por meio de uma técnica de fraturamento hidráulico de rochas subterrâneas, com utilização de água, área e produtos químicos. A técnica consiste na perfuração do solo, por meio de uma tubulação, onde são injetados de 7 a 15 milhões de litros de água e mais de 600 tipos de produtos químicos (inclusive substâncias cancerígenas).
A grande quantidade de água é usada para explosão das rochas, e os químicos para mantê-las abertas para a passagem do gás.
Além da alta contaminação subterrânea, cerca de 15% da água poluída com os resíduos tóxicos retornam à superfície, sendo armazenada em piscinões a céu aberto.