A uma semana de completar 100 dias de governo, Estado segue sem avanços
Que o início deste novo governo seria um desafio penoso ao novo Chefe do Executivo, não era nenhuma novidade. Entretanto, na análise do Deputado Estadual Requião Filho (MDB), as medidas apresentadas até agora pela nova gestão não provocaram nenhum impacto significativo na mudança de rumos que o Paraná esperava.
Para o parlamentar, pelo fato do atual governador Ratinho Jr. ter feito parte do mandato anterior, ele deveria estar mais inteirado dos problemas e ao que precisava ser feito emergencialmente no Estado.
“Sabemos que a herança deixada pelo último Governo deixou marcas profundas na economia, na educação, na saúde e na segurança dos paranaenses. Mas em cem dias, já poderíamos ter uma nova perspectiva, algo mais otimista que não aconteceu”, afirmou.
Ele menciona, por exemplo, o sucateamento das viaturas da polícia no Estado, que vem sendo denunciado há anos e o atual Governador, que era membro do antigo governo, só teria “descoberto” isso agora em março.
“Onde estava e porque nada fez até agora?”, questiona.
Outro exemplo mencionado pelo deputado, é o Projeto de Lei que propõe o enxugamento da máquina pública e o corte de gastos com cargos e Secretarias no Governo Estadual. Proposta que pretende gerar uma economia de R$ 10,6 milhões aos cofres públicos, mas que, segundo o deputado, não será bem assim.
“Sou a favor da reforma, mas esse projeto apresentado tem vários problemas e vem sendo amplamente criticado, tanto pelos deputados governistas, quanto nós, da oposição. Passou com ressalvas na Comissão de Constituição e Justiça, mas deve receber uma enxurrada de emendas quando chegar ao plenário, e ainda está longe de ser aprovado”, alerta.
Para Requião Filho, a falta de informações concretas a respeito do diagnóstico da saúde financeira estadual tem sido o principal alvo das críticas.
“Eles falam em reduzir 399 cargos, mas não sabemos o que isso significa, porque não há sequer um estudo de impacto financeiro concreto, sobre o número total de cargos existentes atualmente. No mesmo projeto há um contrassenso discrepante, pois permite criar outros 3 mil cargos. Como isso pode trazer uma redução de gastos efetiva?”, questiona.
O deputado também afirmou que a reforma administrativa não vai diminuir o número de secretarias, conforme anunciou o governo.
“Atualmente o Estado possui 28 estruturas, sendo 20 secretarias e 8 secretarias especiais. Na reforma proposta, o Poder Executivo mantém 16 secretarias e cria 12 superintendências gerais, que possuem o mesmo status das secretarias especiais. Então qual o benefício da reforma?”
Requião Filho ainda lembrou que, em 100 dias, o governo sinalizou antecipar o aumento da tarifa de água da Sanepar e acabar com a chamada tarifa mínima, para quem consome até 5 metros cúbicos. Além disso, o reajuste aprovado pela Agepar de 25,63%, que deveria ser aplicado de forma progressiva até 2022, será feito de uma só vez.
“O governador Ratinho é um bom menino, mas nós esperávamos mais… muito mais. Estamos próximos de completar 100 dias de governo, mas nada foi feito na prática para mudar a vida das pessoas. As famílias do Paraná, o setor produtivo, os agricultores, estão todos esperando o governo mostrar serviço”, afirmou Requião Filho.