Em entrevista à TV 247, o senador Roberto Requião (MDB-PR) afirma que os militares serão transformados em “porteiros de favelas” para criar uma falsa sensação de segurança, depois da intervenção decretada por Michel Temer na segurança do Rio de Janeiro. “Será um malogro garantido, que irá desgastar a imagem das forças armadas”, diz ele. “Vai parecer que elas estão associadas ao entreguismo, ao fim das aposentadorias e à destruição do Brasil, o que não convém ao Exército”.
Requião também afirma que uma intervenção conduzida por Temer representa “o crime organizado de colarinho branco combatendo o crime organizado dos pobres”. Ele também avalia que a decisão foi tomada para encobrir o fracasso de Temer na reforma da Previdência, depois de uma situação de insegurança amplificada pela mídia – em especial pela Globo – depois de um carnaval em 2018 menos violento do que o do ano anterior.
Na sua visão, a intervenção abre espaço para o cancelamento das eleições, uma vez que as forças associadas ao golpe não têm qualquer viabilidade eleitoral. “Essa intervenção é uma resposta à gigantesca insatisfação popular, que já ficou nítida no desfile da Tuiuti, e também à incapacidade deles de produzir qualquer candidato competitivo”.
Requião avalia que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é quem melhor representa a possibilidade de um ponto de inflexão nesse processo de destruição da democracia brasileira. “Se ele não fosse o candidato mais forte, todos os processos contra ele já teriam sido esquecidos”.
Na entrevista, o senador também falou que irá propor o fim dos auxílios-moradia e de todos os penduricalhos dos juízes e promotores.