Microempresários de Ponta Grossa pedem fim da substituição tributária
Antecipação tributária e aumento da tarifa de energia criam dificuldades para setor
Microempresários de Ponta Grossa receberam nesta quarta-feira (17) o candidato ao governo estadual pela coligação “Paraná com Governo” (PMDB/PV/PPL), Roberto Requião. Durante a conversa, eles pediram o fim da substituição tributária, regime de impostos estadual que vem criando dificuldades para o setor.
De acordo com o microempresário Afonso Alves, a antecipação de receitas praticada pelo atual governo inviabiliza a manutenção de estoques. “Você paga o imposto antes e fica no prejuízo. A gente já tem concorrência de grandes redes, luta todo dia para manter o negócio aberto e o governo cria mais problema? Tem horas que dá vontade largar tudo, mandar os funcionários embora e mudar de ramo”, desabafou.
Segundo Requião, a “fúria fiscal” do governo é irracional. “A substituição tributária foi criada para setores específicos, como o de bebidas alcoólicas e montadoras de veículos. Para as bebidas é aceitável, mas não para alimentos, não para remédios. Hoje as farmácias não fazem mais estoque. Eles anularam todas as vantagens que demos no nosso governo e não tem sensibilidade alguma com vocês, que geram tantos empregos, que são fundamentais para nossa economia. Eu acabo com essa substituição tributária no segundo dia de governo”, afirmou.
Helena Meireles reclamou também da tarifa de energia. Para ela, o aumento dos últimos meses e a substituição tributária são uma ameaça ao emprego. “Você empreende e quer crescer, planeja expandir, contratar mais gente. Mas de repente se vê sem rumo e com ameaça de falência. Empregar mais hoje, desse jeito, com essas regras, com os custos que a gente tem, é impossível”, criticou a microempresária.
Requião culpou o “governo de negócios” da atual gestão pelo aumento na tarifa. “Temos um aumento brutal porque hoje há 50 ou 60 grupos especulando com a energia da Copel. Estão fazendo negócios para privilegiar alguns grupos e jogando a conta na população. Eu vou resolver isso cortando cargos comissionados e restabelecendo a gestão no Paraná. Uma empresa pública precisa servir ao povo, não ao capital financeiro”, afirmou.
Outro problema encarado pelos empresários é a falta de mão de obra qualificada. Para Altamir Fernandes, que tem uma oficina mecânica, as próprias empresas precisam investir no treinamento devido à ausência de opções. “Nós investimos no aprendizado de novos empregados e muitos vão embora depois de efetivados. Para segurar, é preciso aumentar o salário, mas aí os tributos e custos como energia elétrica atrapalham. Eu já tive mais de 40 empregados e queria ampliar o quadro, abrir até filial. Hoje tenho 20 e penso em reduzir”, lamentou.
Requião defendeu parcerias para resolver a questão. “Temos o Senac, o Sistema S. Precisamos trabalhar juntos porque é um problema sério”, observou.
(Assessoria de Imprensa/Marcos Martins)